Ajude este site a continuar gerando conteúdo de qualidade. Desative o AdBlock

A Nona Vida de Louis Drax

A Nona Vida de Louis Drax

Matheus Fiore - 15 de outubro de 2016

Louis Drax é um menino de 9 anos que constantemente se machuca e põe sua própria vida em risco. Seja colocando um garfo na tomada ou tendo uma infecção alimentar, o fato é que o jovem está quase sempre perto da morte. Um dia, num aniversário que comemora com seus pais fazendo um piquenique, Louis cai de um penhasco e entra em um coma profundo. O médico Dr. Pascal (Jamie Dornan) entra em cena para tentar tirar Drax do coma e entender sua trágica vida.

O pai de Louis, Peter Drax (Aaron Paul) está desaparecido desde o acidente de seu filho e, supostamente, é uma ameaça para Louis e sua mãe Natalie (Sarah Gadon). Enquanto a polícia tenta resolver o mistério do acidente, acompanhamos memórias de Louis de sua infância. Desde o relacionamento com seus pais até suas visitas ao psiquiatra Dr. Perez.

Apesar da estilizada e bonita introdução, o filme prontamente se mostra um óbvio e pouco criativo mistério. Nos primeiros dez minutos de projeção já é possível prever tudo que aconteceu e acontecerá na resolução da trama. Algo que deveria ser um dos pilares do filme, o carisma de Louis Drax, na verdade é apenas mais um personagem mirim caricato “sabe-tudo” e desbocado.

A trilha sonora e a fotografia de A Nona Vida de Louis Drax tentam dar um bem-vindo tom lúdico ao filme. A primeira funciona, a segunda se torna cansativa ao explorar a luz branca e imagem dessaturada a todo momento. O roteiro não consegue induzir o espectador ao erro e facilmente aponta os segredos do  filme. Sem nenhuma sutileza, joga na cara do  público todas as reais intenções dos personagens.

Há ainda uma tentativa de criação de um tom fantástico na mente de Louis, com a presença de um monstro que o acompanha, que também tem  sua identidade escancarada assim que trocam os primeiros diálogos. Se a fotografia esbranquiçada fosse utilizada apenas nos sonhos e na mente de Louis, talvez criasse de forma mais coerente esta realidade paralela do personagem.

A Nona Vida de Louis Drax perde inúmeras oportunidades de abordar temas interessantes sobre as relações entre pais e filhos. Quando faz, escolhe as maneiras mais óbvias e maniqueístas possíveis, tornando o filme caricato, bobo e vazio. Se pelo menos os personagens fossem mais carismáticos, as quase duas horas de projeção do filme seriam mais suportáveis.

Topo ▲