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Os melhores filmes de 2017

Os melhores filmes de 2017

Matheus Fiore - 23 de dezembro de 2017

Apesar de no ano de 2017, boa parte dos grandes filmes não terem sido lançados oficialmente, como Projeto Florida, Me Chame Pelo Seu Nome A Câmera de Claire, ainda é possível eleger um punhado de bons filmes lançados no circuito brasileiro. Desde os filmes da temporada de premiações passada (que só foram lançados por aqui no começo desta temporada) aos menos badalados estrangeiros e até os filmes que devem figurar nas premiações de 2018, 2017 trouxe um ano de destaque para diretores consagrados (como Martin Scorsese), mas surpreendeu mesmo pelo alto nível das obras de alguns novatos, como William Oldroyd, Trey Edward Shults, Jordan Peele e Kogonada.

Abaixo, listamos alguns dos melhores filmes lançados oficialmente no circuito brasileiro no ano de 2017, considerando tanto lançamentos do streaming quanto as obras lançadas oficialmente no circuito de cinema brasileiro.

15) Como Nossos Pais, de Laís Bodanzki

O drama brasileiro protagonizado por Maria Ribeiro acompanha as dificuldades na vida de uma mulher insatisfeita com seu casamento. Utilizando os dramas de Rosa e sua família, Como Nossos Pais traz uma interessante analise da imposição da monogamia na humanidade, bem como mostra os reflexos do gradual afastamento de um casal ao longo da vida. Leia nossa crítica clicando aqui

14) O Estranho Que Nós Amamos, de Sofia Coppola

A nova adaptação da obra literária The Beguiled, de Thomas Cullinan, visa principalmente dar uma nova perspectiva, visto que o filme de Don Siegel era demasiadamente fetichista, trazendo o ponto de vista masculino sobre a manifestação do desejo feminino. Na obra de Coppola, acompanhamos vários temas que circulam esta temática, desde a religião como força limitadora da liberdade sexual feminina, até a analise de como as diferentes faixas etárias lidam com o desejo. Nossa crítica pode ser lida aqui.

13) RAW, de Julia Ducournau

O terror francês acompanha Justine, uma jovem vegetariana que entra na faculdade no curso de medicina veterinária. Conforme se descobre e amadurece diante do mundo universitário, Justine passa a sentir um incontrolável desejo por carne humana. A obra faz dessa trama o pano de fundo para um interessante estudo sobre puberdade e autodescobrimento. A trilha sonora impecável imprime tensão mesmo nas cenas mais simples, bem como a direção segura de Ducournau é essencial para construir um ambiente que varia de acordo com a percepção da protagonista. Nossa crítica pode ser lida aqui.

12) Blade Runner 2049, de Denis Villeneuve

A corajosa continuação do clássico de Ridley Scott faz tudo o que uma boa parte 2 deve fazer: valoriza o universo, expande seus conceitos e aprofunda seus personagens. Blade Runner 2049 traz K, um policial que investiga um misterioso caso de uma replicante que, supostamente, engravidou. A crítica da obra de Denis Villeneuve pode ser lida aqui. A crítica do autor da lista, que foi escrita para o site parceiro Cineplot, pode ser lida aqui.

 

 

11) Em Ritmo de Fuga, de Edgar Wright

O filme que une musical e ação é o mais bem sucedido da carreira do diretor inglês, e destaca-se não só por construir sua narrativa inteiramente atrelada às  canções tocadas durante a projeção, mas também pelo insano alinhamento entre a montagem, a edição de som, a mixagem de som e a trilha sonora, criando uma experiência audiovisual fantástica.

A trama acompanha Baby, um piloto de fuga que trabalha para Doc, um mafioso que o utiliza para armar grandiosos assaltos. Nossa crítica sem spoilers pode ser lida clicando aqui.

10) Bom Comportamento, de Ben e Joshua Safdie

Protagonizado por Robert Pattinson, Bom Comportamento acompanha um marginal que entra em uma espiral de acontecimentos para tentar salvar seu irmão mais novo, preso durante uma tentativa mal sucedida de assalto executada pelos dois. A obra dos Safdie traz uma Nova Iorque diferente, bem inspirada em filmes como Mean Streets, do Scorsese. Um mundo sujo, decadente e bem diferente da cidade que estamos acostumados a ver em Hollywood. Com isso, a lente da câmera dos Safdie nos permite ver uma camada da sociedade americana que, muitas vezes, é ignorada. A crítica sem spoilers pode ser lida aqui.

9) Columbus, de Kogonada

Columbus é o longa de estréia do diretor sul-coreano Kogonada. Utilizando a arquitetura de Columbus (cidade do Estado de Ohio, Estados Unidos) para relacionar os sentimentos dos personagens, Kogonada consegue criar uma obra que, ao mesmo tempo, é poderosa e sutil. Clique aqui para ler nossa crítica sem spoilers.

8) Marjorie Prime, de Michael Almereyda

Vida, morte, tempo e memória. Marjorie Prime é o mais humano lançamento de 2017 (que pode ser alugado no YouTube ou na loja Google Play). A obra de Almereyda mostra um futuro no qual podemos reviver nossos relacionamentos com entes falecidos por meio de hologramas que projetam sua imagem. A crítica sem spoilers está disponível aqui.

7) Minha Vida de Abobrinha, de Claude Barras

A animação franco-suiça acompanha Ícaro, uma criança que, após perder a mãe, acaba indo parar em um orfanato, onde faz amigos e inimigos. Utilizando a simples premissa, Minha Vida de Abobrinha desenvolve um lindo estudo sobre abandono, com enfoque, obviamente, no vazio deixado pelo abandono na infância. Um filme que impressiona pela simplicidade, tanto no visual, feito por stop-motion, quanto na curta metragem de apenas 66 minutos. Minha Vida de Abobrinha é um sopro de sensibilidade em um período em que o cinema de animação é dominado por filmes milionários e megalomaníacos.

6) Z: A Cidade Perdida, de James Gray

Dirigido pelo cultuado James Gray, Z: A Cidade Perdida acompanha um explorador, Percy Fawcett, que desenvolve fascínio pela floresta amazônica. Com uma narrativa deliberadamente lenta e que nos permite descobrir o a mata juntamente ao protagonista, Z é fascinante ao mesmo tempo que relevante. A crítica (sem spoilers) pode ser lida aqui. Além da crítica, há também um artigo. 

 

5) Lady Macbeth, de William Oldroyd

Um dos filmes mais discretos do circuito em 2017, Lady Macbeth é apenas o primeiro longa-metragem de William Oldroyd, que utiliza a história de uma jovem “vítima” de um casamento arranjado para traçar um estudo sobre a decadência da sociedade ocidental. Nossa crítica sem spoilers pode ser lida aqui. A crítica do autor da lista, que foi escrita para o site parceiro Cineplot, pode ser lida aqui.

4) Ao Cair da Noite, de Trey Edward Shults

Outro filme que passou discretamente pelo circuito, Ao Cair da Noite, é uma obra que fala sobre a fragilidade da nossa civilidade. Sendo apenas o segundo filme do talentoso Trey Edward Shults, o longa acompanha uma família que tenta sobreviver na floresta diante de uma nova epidemia de uma doença que se assemelha à peste negra. Nossa crítica sem spoilers está disponível aqui. Há ainda um artigo analisando a obra sob um escopo político, diante da ascensão da nova direita, que pode ser lido aqui

3) A Criada, de Park Chan-wook

Vindo das mãos de Park Chan-wook, responsável pelo jovem clássico Oldboy, de 2003, A Criada é um verdadeiro jogo de gato e rato onde nenhum personagem é confiável, e nenhuma verdade, absoluta. A trama gira em torno de Sooke, uma criada que tem como missão ajudar a aplicar um golpe na família da casa na qual trabalha. 

2) Na Praia À Noite Sozinha, de Hong Sang-soo

Um dos poucos cineastas que ainda merecem o rótulo de autor, o sul-coreano Hong Sang-soo fez alguns dos melhores filmes dos últimos anos. Em 2016, Certo Agora, Errado Antes também figurava na nossa lista de melhores do ano. Em 2017, é a vez de Na Praia À Noite Sozinha (que, assim como o filme de 2016, é protagonizado pela brilhante Kim Min-hee).

Na obra, uma jovem sul-coreana precisa lidar com o fim de seu relacionamento enquanto constata que o mundo que a cerca é extremamente superficial. Clique aqui e leia nossa crítica sem spoilers.

1) Silencio, de Martin Scorsese

Não só o melhor do ano, Silêncio é uma das melhores obras de arte lançadas na década. Se tecnicamente Silêncio é perfeito, narrativamente também não há muito que prejudique. A trama sobre dois padres jesuítas que partem em uma missão quase suicida em um Japão extremamente hostil traça um lindo estudo de fé e resistência. Martin Scorsese entrega, com Silêncio, seu melhor filme no atual século, e um dos melhores de sua filmografia. A crítica sem spoilers pode ser lida aqui.

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