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Johnny Bravo: cinco grandes momentos

Johnny Bravo: cinco grandes momentos

Grandes, não engrandecedores

Gustavo Pereira - 6 de agosto de 2019

O Brasil me obriga a beber. Em qualquer lugar do mundo, seria uma segunda-feira fria e chuvosa de agosto, marcada apenas pela minha ida ao banco para pagar boletos. Mas não: “Johnny Bravo” estava nos trending topics do Twitter, ilustrando o dia em que o Presidente da República se esqueceu que não governa o país de uma mesa de boteco e se dirigiu assim à imprensa:

A falta de decoro de Jair Bolsonaro ja não choca mais. O que me causou espécie foi a comparação, gratuita e espontânea, que ele fez entre si próprio e Johnny Bravo, personagem animado de relativo sucesso entre as crianças dos anos 1990.

Não acredito que Bolsonaro tenha visto um episódio inteiro do desenho “Johnny Bravo” na vida. Mas me assustou ver no mesmo Twitter que muitos de seus apoiadores abraçaram a comparação, como se o apelido “Johnny Bravo” fosse algum tipo de elogio. Não é.

Para provar, revi toda a primeira temporada de “Johnny Bravo” (duas horas e meia da minha vida!) e separei cinco episódios que ilustram quem é este personagem com o qual o Presidente tanto se identifica.

“Johnny Bravo” (“Jungle Boy in ‘Mr. Monkeyman’”)

Logo no primeiro episódio da série, Johnny vai a um zoológico “caçar” mulheres – e fracassa. Tentando conquistar a tratadora do zoo, se oferece para capturar um gorila fugitivo.

Johnny Bravo

Johnny é enganado pelo gorila, que se prova mais inteligente do que ele nas duas oportunidades em que ambos interagem. Após uma sequência de desventuras, Johnny termina manipulado pelo gorila, sem a mulher e rejeitado até pelo assaltante em seus braços (“é que eu sou casado”).

“Super Bobalhão” (“Super Duped”)

No episódio que apresenta a menina Suzy, Johnny se passa pelo Bravo Man, um “super-herói de verdade”, para seduzir a senhorita Ba-Be, professora de Suzy.

Johnny Bravo

Frente ao vilão Boca Doce, Bravo Man vira um saco de pancadas que fala, só conseguindo salvar o dia com a ajuda de uma garotinha em idade escolar. Ainda assim, o herói de araque não consegue conquistar Ba-Be, que já namora o Garoto Bonito, este sim um super-herói de verdade.

“Meu Querido Certinho” (“My Fair Dork”)

Para se ver livre da pequena Suzy, que gostaria de tê-lo como acompanhante no baile da escola, Johnny decide “preparar” Skiffy, um garoto da idade de Suzy, para que ele vá em seu lugar.

Johnny Bravo

Numa sequência de tentativas patéticas de tornar Skiffy numa versão-mirim de si próprio, Johnny só consegue estragar a criança e fracassar nas próprias paqueras no processo.

“Amigos Bajuladores” (“Blarney Buddies”)

Numa demonstração ímpar de inteligência, Johnny encontra o pote de ouro do duende irlandês Blarney, que passa a lhe dever um favor.

Johnny Bravo

Em vez de pedir o que quiser, Johnny decide perseguir Blarney para lhe dar um beijo, porque leu num guia de turismo que isso traria sorte à sua vida amorosa. Quando finalmente percebe que não precisa beijar o duende, Johnny formula seu pedido de forma tão pobre que as consequências são extremas.

“Sobre a Corcova” (“Over the Hump”)

Em busca de “mulheres exóticas”, Johnny Bravo acaba se filiando por engano à Legião Estrangeira Francesa.

Johnny Bravo

Ao lado do dromedário Lawrence, Johnny precisa atravessar o deserto para encontrar o forte da Legião antes de morrer de sede. A aventura termina com a dupla encontrando o forte, mas Johnny acaba abandonando a Legião Estrangeira.

Um bufão ignorante e fracassado, capaz apenas de cativar crianças e com uma carreira militar vergonhosa. Devo admitir que, dessa vez, Jair Bolsonaro está certo: ele é Johnny Bravo.

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