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Os piores filmes de 2017

Os piores filmes de 2017

Matheus Fiore - 23 de dezembro de 2017

Nem só de filmaços se faz um ano. Se em 2016, as listas de piores foram ocupadas principalmente por filmes de terror, em 2017 já não foi bem assim. Nossa lista, porém, não visa a comentar apenas filmes ruins. Afinal, seria muito fácil selecionar filmes que beiram o amadorismo e julgá-los com a exigência que utilizaríamos para comentar um filme de orçamento milionário. Esta lista, então, julgará as obras não só por sua baixíssima qualidade, mas por questões que vão desde a pretensão de suas ideias, até longas que, mesmo com orçamento milionário, se mostram incapazes de acertar detalhes básicos como estrutura de roteiro e aspectos técnicos.

10) A Múmia, de Alex Kurtzman

A Múmia não é o pior filme do mundo. Aliás, até consegue divertir e traz uma ou outra ideia interessante, como o uso da contraluz para criar uma silhueta icônica para a vilã. O problema reside no excesso de pretensão. A obra de Alex Kurtzman é, até o meio de sua metragem, um filme de terror sobre a lendária múmia, até que, em certo momento, deixa de ser essa obra para tentar introduzir o universo compartilhado de monstros da Universal. Fracassaram tanto o filme de Kurtzman quanto o universo, que meses depois foi cancelado pelo estúdio.

9) Máquina de Guerra, de David Michôd

Dirigido por David Michôd (do ótimo The Rover: A Caçada) e produzido pela Netflix, Máquina de Guerra tem duas ideias interessantes mas absurdamente antagônicas: criar um drama de guerra e uma sátira política. O resultado é um personagem (vivido por Brad Pitt) extremamente caricato e esvaziado de qualquer dramaticidade, que, quando tenta emocionar ao embutir impacto na trama, acaba proporcionando momentos de vergonha alheia.

8) O Círculo, de James Ponsoldt

Adaptado de obra homônima, o filme de Ponsoldt tenta ser uma sátira social nos moldes de Black Mirror, utilizando o vício tecnológico da sociedade moderna para debater questões de privacidade. Mas a obra fracassa por fazer da perda da privacidade o grande vilão dos personagens, mas em momento nenhum mostrar o resultado de tal invasão, e também por não tentar, em momento nenhum, desenvolver a fundo alguns personagens importantes da trama. O gênio vivido por John Boyega, por exemplo, surge pontualmente apenas para explicar a trama, causando vergonha alheia pela falta de carinho dos roteiristas para com seu personagem.

7) Cinquenta Tons Mais Escuros, de James Foley

A continuação da atroz obra de 2015 até consegue ser superior ao filme antecessor, principalmente por não se levar tão a sério, mas a inexistência da trama faz o filme parecer uma grande perda de tempo. Conceitos básicos como desenvolver personagens para irem de A a B são ignorados, e a impressão ao fim do filme é que nada aconteceu e nada foi aprendido por Anastasia ou Christian Grey.

6) Nu, de Michael Tiddes

Mais uma produção original da Netflix. Nu é uma cópia ruim e pobre de histórias de ciclos inquebráveis, como Feitiço do Tempo. O problema é: seu protagonista, vivido por Marlon Wayans, repete os mesmos trejeitos e gags incessantemente por insuportáveis 96 minutos. Além disso, a obra simplesmente repete a mesma piada dezenas de vezes até o desgaste, tornando não só a narrativa sem graça, mas pobre. Um embuste que não justifica sua existência.

5) Internet – O Filme, de Filippo Capuzzi Lapietra

De todas as obras ruins presentes nessa lista, Internet – O Filme é o que menos se parece, de fato, um filme. Com a inexistência de um trabalho narrativo por meio de qualquer construção audiovisual, Internet se resume a youtubers repetindo estereótipos da sociedade contemporânea em uma trama desinteressante, sem nexo e sem graça. Um conjunto de esquetes desconexas, mal escritas, mal atuadas e que mal parecem ter sido dirigidas. Talvez só tenham ligado a câmera e deixado num tripé para ver no que dava mesmo…

4) Assassin’s Creed, de Justin Kurzel

Um desastre que se resume em uma cena, na qual o protagonista pula de um lugar alto e, enquanto cai em câmera lenta, outros personagens observam, atônitos, e comentam: “oh, o salto de fé!”. Momento que, supostamente, seria épico, mas não faz sentido algum dentro da trama do filme. Provavelmente fez sentido nos video-games, mas é no mínimo burrice achar que essa referência gratuita sustentaria o drama da cena. Assassin’s Creed inteiro é um filme que acredita que suas referências bastarão, quanto nunca bastam.

3) Passageiros, de Morten Tyldum

Um filme que cria um interessante cenário de estudo sobre isolamento e que logo se torna um pesadelo: um maníaco vivido pelo carismático Chris Pratt condena uma desconhecida, Jennifer Lawrence, a viver o resto de sua vida presa em uma nave sem nenhuma companhia se não o próprio Pratt. O problema é: Passageiros não compreende seu tom. O filme acredita ser um lindo romance e nisso investe, enquanto o público, incrédulo, assiste à burra romantização de uma condenação de morte.

2) Transformers: O Último Cavaleiro, de Michael Bay

Mais um ano e mais um Transformers é lançado. Mal dirigido, mal escrito, mal montado e mal atuado. A diferença desse para os anteriores? Um personagem vivido por Anthony Hopkins que existe simplesmente para explicar toda a trama para os protagonistas. Além disso, o sucesso de Stranger Things ainda fez com que o quinto Transformers tentasse inserir um núcleo de personagens infantis que é mecânico, desinteressante e totalmente deslocado de toda a guerra de robôs alienígenas.

1) Death Note, de Adam Wingard

Quando tenta ser comédia, é terror; quanto tenta ser terror, é comédia. Death Note é um fracasso retumbante, que, assim como Assassin’s Creed, acredita que as referências sustentarão a narrativa. Obviamente, não sustenta. Death Note extrai o que há de mais superficial na cultura asiática e se esquece de compreender o conteúdo da obra original. Sai a análise sobre julgamento e punição, entra um romance superficial e inócuo. Que o desastre resultante do filme sirva de exemplo negativo para todas as futuras produções da Netflix e também para vindouras adaptações de mangás.

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