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Agosto foi mês de lançamentos musicais melancólicos e de jovens nomes da música brasileira expandindo os horizontes da produção nacional. Do exercício em memória dos Microphones a colagem de regionalismos da Tangolo Mangos, as limitações são correntes que cruzam todos os lançamentos desse último mês, sejam em tema ou em forma.
No vídeo que acompanha Microphones in 2020, Phil Elverum transforma em imagem as colagens que definem suas experimentações sonoras. A faixa/álbum de 44 minutos é o primeiro lançamento sob a alcunha da banda The Microphones desde Mount Eerie (2003), álbum que virou nome do projeto pelo qual Elverum vinha assinando lançamentos mais frequentes. O retorno dos Microphones, de certa maneira, cruza tudo que o músico produziu nas últimas décadas, das colagens musicais a ambientação naturalista, que agora, são elementos aliados a um lirismo mais objetivo e empenhando na memória como ação.
Dos instrumentais areados às poucas e esparsas batidas eletrônicas, o último disco de Sevdaliza destaca sua voz como elemento guia. Lamp Lady sintetiza bem um trabalho que consegue transitar entre uma narrativa que pende para o sentimental, mas com afastamento musical que preserva um certo mistério, ou melancolia, sobre o núcleo emocional do álbum.
Uma das mais inventivas produtoras-vocalistas da música independente brasileira, Vivian Kuczynski segue seu álbum de estreia com investida em um pop rasgado. O sintetizador, que andou meio tímido na música produzida por aqui nos últimos anos, faz vezes de estrela no EP N ENTENDI ND, recém lançado pelo selo Balaclava.
Em Iceberg, Priscilla Tossan vai do samba ao pop Djavanístico, prenunciando um ouvido que reconhece os traços que percorrem e unem diferentes vertentes da música nacional. Além do destaque que é Libélulas, canção com Criolo e Luccas Carlos, vale a conferida nessa reinterpretação de uma das mais bonitas de Cartola.
Trio sinistro da eletrônica e suas escolas, o encontro de Impact reúne as bravatas vocais de Channel Tres e o apuro aguçado de Robyn pra melodias pop em uma faixa pra quem gosta de se curtir.
Última faixa do ótimo Gold Record de Bill Callahan, As I Wonder sintetiza tudo que faz desse disco tão interessante, das cadências tortas do vocal de Callahan a uma produção simples que consegue soar maior que é.
Se ouve muito das guitarras de Moraes Moreira ecoando por essa faixa (e EP), que parte das regionalidades para explorar os terrenos do experimentalismo psicodélico, sem se perder no caminho. Em um campo musical que facilmente poderia soar alienado, o trabalho do grupo baiano soa muito como Brasil.
Faixa de natureza montanhosa, elemental. A norueguesa Siv Jakobsen não mira no grandioso em seus timbres ou temas. Mesmo assim, as cordas desse disco remetem a um tipo de música folclórica singela, mas transportadora.
Uma das vozes mais interessantes que surgiram no Brasil nos últimos anos, não existe maneira melhor pra descrever que isso. Timbre que faz absurdos.
Mesmo com a verve punk presente, os Fontaines D.C. produzem seu disco de melodias. Se seus parceiros do IDLES transitam pela revolta política em tom alegre, os punks irlandeses se chafurdam no desalento.
Fear of Death – Tim Heidecker com Weyes Blood
Rob The Original – Haley Blais
Ohms – Deftones
Kidding – Hwa Sa
Aquí Yo Mando – Kali Uchis com Rico Nasty
Cannibal – Jónsi com Elizabeth Fraser
Vaso Quebrado – Elza Soares
Revelação Edit – Sango
That Kind of Woman (Remix) – Dua Lipa
Night – Kelly Lee Owens
Montagem Eletrônica – MC Guil JM, Mc Rd, DJ FELIPE OLIVER, DJ MENOR 011
My High – Disclosure com slowthai
Imploding The Mirage – The Killers
Animal Enough – Maya Hawke
Waving, Smiling – Angel Olsen
She’s My Brand New Crush – Liv.e com C.S. Armstrong
Coming Closer – Duckwrth com Juliana Romana e G.L.A.M.
No Altar – Letícia Persiles
12th House – Narrow Head
Quebrando o Gelo – agito apático
BAIK – Resp
Bungalow Heaven – Dent May