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Da euforia de um novo ano do esgotamento causado por uma pandemia, o último semestre foi de altos e baixos. Os lançamentos culturais, em sua maioria também pausados ou adiados, refletem o momento de desânimo por novo conteúdo. O conforto está no familiar. Mesmo assim, 2020 reservou trabalhos que, refletindo ou não os tempos de quarentena, podem elevar o humor ou causar experiências pessoais de transformação, principalmente pela música. A redação do Plano Aberto escolheu seus álbuns e faixas favoritas de 2020 até agora, obras que nos ajudaram a atravessar os dias de mesmice, os dias ruins, e, também, os dias de esperança. Fica com a nossa seleção e desejo de um segundo semestre menos dolorido.
Se o objeto romântico do primeiro álbum de Phoebe Bridgers guiava um lirismo íntimo e concentrado, a diluição dessa sensibilidade resulta, porém, num disco mais expansivo. Olhando para o espectro do passado Phoebe tenta materializar o futuro, reflete sobre a exaustão de uma juventude sem perspectivas, românticas ou não.
Como já te dissemos, Fetch the Bolt Cutters é um prisma das melhores qualidades de Fiona Apple como compositora, um trabalho caseiro que carrega em cada frase e acorde um senso de ansiedade e incerteza que o transformam em algo quase premeditado.
Sob as bênçãos de Hendrix, Yves Tumor explora a plástica setentista à luz do avant-garde que perseguia em trabalhos anteriores, cravando um espaço sonoro convidativo a quem o ouve pela primeira vez.
Escapismo sofisticado, Disco para quem precisa. Jessie Ware constrói som complexto que resgata fios do soul e dance para um tratado romântico sobre os longínquos dias de aglomeração hedonista.
O típico som eletrônico de melodias minimalistas do projeto Caribou (de Dan Snaith), explora elementos de ambiência para falar sobre família, perda e conformidade. Um disco sobre o indivíduo e natureza, comunicação quase que espiritual.
Após explorações rítmicas e colaborações com Elza Soares e outros nomes da música nacional, Kiko Dinucci prioriza as cordas em Rastilho. Um disco sobre as texturas do violão, da viola e do Brasil.
O álbum-de-quarentena de Charli XCX tem em momentos de anseio lisérgico como pink diamond e visions seus pontos de catarse, e no íntimo de enemy e forever, o anseio que preenche o isolamento
Uma guinada nos timbres de seu último disco, Drunk, It Is What It Is trata da bonança após a ressaca moral, um inventário interno sobre mudanças.
Punk exaltado que posiciona suas preocupações sociais no que soa individual. Sonhos e ansiedades suburbanos que miram o anseio por algo maior e dias mais ensolarados.
O primeiro grande álbum nacional lançado em 2020. Cinzento traz um Marcos Valle que permanece juvenil e otimista, mesmo em tom menor e mais reflexivo. O olhar que acha graça em meio a desgraça.
Completam o nosso top 20 de melhores álbuns de 2020, até agora:
The New Abnormal – The Strokes
Women in Music Pt. III – HAIM
Rough and Rowdy Ways – Bob Dylan
After Hours – The Weeknd
Cenizas – Nicolas Jaar
Man Alive! – King Krule
SAWAYAMA – Rina Sawayama
Starmaker – Honey Harper
HiRUDiN – Austra
græ – Moses Sumney
Outros álbuns favoritos da redação:
Saint Cloud – Waxahatchee
Gathering Swans – Choir Boy
BRIME! – Febem, Fleezus e CESRV
Circles – Mac Miller
Não é Doce – Olívia de Amores
I Feel Alive – TOPS
Future Nostalgia – Dua Lipa
Dínamo – Lô Borges
True Opera – Moor Jewelry
Swimmer – Tennis
Song For Our Daughter – Laura Marling
Your Hero Is Not Dead – Westerman
Dedicated Side B – Carly Rae Jepsen
Miss Anthropocene – Grimes
Startish – Naeem
Ungodly Hour – Chloe x Halle
Letrux aos Prantos – Letrux
Set My Heart on Fire Immediatly – Perfume Genius
color theory – Soccer Mommy
Petals for Armor – Hayley Williams
Mundo Novo – Mahmundi
We Are Sent Here By History – Shabaka and the Ancestors
Seleções dos melhores álbuns do semestre:
Nossas faixas favoritas do semestre: