Que não se engane, Tenet não é um projeto tão iconoclasta quanto parece, sua ambição no fundo ainda é bastante clássica. Tomando o jogo de entropia, o filme se dá o luxo de navegar por várias temporalidades pura e simplesmente: não basta ver um prédio se refazendo após uma explosão, o filme mostra o prédio se refazendo e explodindo ao embaralhar os pontos de vista.
Essa dicotomia que propõe uma distância do lugar estudado para quem enfim se chegue na ficção especulada do real é o que dá o tom do filme. Um ritmo que obedece uma desordem, cuja ordem no real já não dá mais para aceitar. É um grito que gera o deslocamento e cristaliza o espaço na forma das intervenções. É Brasília.